Vemos orações imprecatórias em
diversas partes da Escritura, tanto no Antigo como no Novo Testamento. Vemos
por exemplo, o apóstolo Paulo escrevendo duramente contra os falsos mestres da
circuncisão: “Tomara até se mutilassem os que vos incitam à rebeldia” (Gl
5.12).
E na mesma carta, o apóstolo
escreve: “Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho
que vá além do que vos temos pregado, seja anátema” (Gl 1.8). Ninguém duvida
que o apóstolo Paulo escrevia sob a inspiração do Santo Espírito de Deus, e sob
a inspiração divina dirige palavras duras contra os inimigos da verdade.
Interessante observarmos que as
orações imprecatórias brotaram dos lábios de cristãos que estavam vivendo em
períodos de injustiça, perseguição de líderes perversos ou assédio de falsos
mestres.
A seguir listo algumas verdades
ensinadas pelas orações imprecatórias:
1. Os inimigos de Deus estão errados acerca da natureza e do caráter de
Deus. Vemos no contexto dos salmos imprecatórios, os salmistas declarando
as terríveis distorções feita pelos ímpios acerca do caráter e da natureza de
Deus. Eles acham que podem fazer o que bem entendem, pois afinal de contas,
dizem eles: “Deus se esqueceu, virou o
rosto e não verá isto nunca” ou ainda: “Por
que razão despreza o ímpio a Deus dizendo no seu íntimo que Deus não se
importa?” (Sl 10.11,13).
Eles “matam a viúva e o
estrangeiro e aos órfãos assassinam. E dizem: O SENHOR não o vê; nem disso faz
caso o Deus de Jacó” (Sl 94.6,7). Mas o salmista mostra a insensatez dos
perversos, pois “o que fez o ouvido, acaso, não ouvirá? E o que formou os olhos
será que não enxerga? Porventura, quem repreende as nações não há de punir?”
(Sl 94.9,10).
As orações imprecatórias mostram
que os ímpios estão errados em seu diagnóstico sobre Deus. Deus não é inativo.
Ele é o justo juiz de toda a terra. Ele ama a justiça e a retidão.
2. As orações imprecatórias nos mostram que a vingança pertence ao
SENHOR (Cf. Sl 94.1). Para nós, a vingança pessoal é terminantemente
proibida. A Escritura nos orienta a confiar a justiça retributiva ao SENHOR:
“Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está
escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor” (Rm
12.19).
A vingança divina não são
impulsos descontrolados de raiva, mas sim sua justa retribuição e juízo contra
os perversos.
3. As orações imprecatórias destacam a vitória e a majestade do SENHOR.
Quando os homens de Deus proferiram orações imprecatórias, eles tinham em
vista a vitória e o domínio de Deus sobre todos. Ao demonstrar a sua santa ira,
os inimigos reconheceriam que havia um Deus soberano em Israel e por fim
louvariam ao SENHOR.
“Consome-os com indignação,
consome-os, de sorte que jamais existam e se saiba que reina Deus em Jacó, até
aos confins da terra” (Sl 59.13). e ainda: “Enche-lhes o rosto de ignomínia,
para que busquem o teu nome SENHOR. Sejam envergonhados e confundidos
perpetuamente; perturbem-se e pereçam. E reconhecerão que só tu, cujo nome é
SENHOR, és o Altíssimo sobre toda a terra” (Sl 83.16-18).
As orações imprecatórias nos
mostram que o perverso será punido e o justo recompensado e que Deus é o juiz de
toda a terra. “Então, se dirá: Na verdade, há recompensa para o justo; há um
Deus, com efeito, que julga na terra” (Sl 58.11).
Pb. Rikison Moura
Nenhum comentário:
Postar um comentário