O
pastor presbiteriano, James M. Boice (1938-2000), tem um poema cuja
uma de suas estrofes diz:
“Eu
já fui rebelde, corrompido pelo pecado,
O
caminho obscuro do Diabo eu buscava,
Ignorante,
morto e sem reconhecer meu estado,
Como
objeto da ira terrível de Deus eu andava”
Assim
era a vida de Manassés, o rei de Judá. Um homem que viveu por muito
tempo andando na contramão da vontade de Deus. Um homem que viveu
mergulhado nos mais aviltantes pecados. Numa rebeldia ativa contra
Deus:
“Prosseguiu
em fazer o que era mau perante o SENHOR, para o provocar à ira”
(2Cr 33.6). E
a ira de Deus, conforme nos ensina Paulo, se revela do céu contra
toda a impiedade e perversão dos homens, que detém a verdade pela
injustiça (Rm 1.18).
Podemos
dividir a vida de Manassés em três partes principais: Pecado,
prisão e arrependimento.
1.
PECADO: “Regras
foram feitas para serem quebradas”,
este poderia ser o slogan de Manassés. Tudo que a lei de Deus
proibia, Manassés ignorou e posicionou-se contrário aos claros
mandamentos de Deus. Uma rápida comparação entre Deuteronômio
18.9-14 com 2Crônicas 33.2,6 e isso é evidenciado. Vejamos:
“...Não
aprenderás a fazer conforme as abominações daqueles povos”
(18.9); “Fez o que era mau perante o SENHOR,
segundo as abominações dos gentios que
o SENHOR expulsara de suas possessões de diante dos filhos de Israel
(33.2). “Não se achará entre ti quem faça passar pelo fogo o seu
filho ou sua filha” (v.10); “queimou seus filhos como oferta no
vale do filho de Hinom” (33.6); “nem adivinhador” (v.10);
“adivinhava pelas nuvens” (33.6); “nem prognosticador, nem
agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador, nem necromante, nem
mágico, nem quem consulte os mortos” (v.10); “era agoureiro,
praticava feitiçarias, tratava com necromantes e feiticeiros”
(33.6).
Manassés
desprezou a tudo o que seu pai havia realizado. Ele reverteu as
reformas religiosas efetuadas pelo seu pai, o rei Ezequias. (comp.
2Rs 18.4; 2Cr 33.3). Manassés oficializou o culto a Baal em Judá,
assim como Acabe havia feito em Israel. Idolatria e politeísmo
faziam parte de sua vida: “e
se prostrou diante de todo o exército dos céus, e os serviu”
(v.3).
Ele
profanou a Casa do SENHOR enchendo-a de ídolos feitos pelas mãos
humanas (v.4,5,7),
Honrou as divindades pagãs colocando-as em pé de igualdade com o
Deus Todo- poderoso. Para Manassés, Jeová era um “deus” dentre
muitos outros. Em seu panteão de divindades, todos estavam juntos.
Manassés
também era um assassino:
“Manassés
derramou muitíssimo sangue inocente, até encher Jerusalém de um ao
outro extremo...” (2Rs 21.16).
Certamente
pessoas piedosas que se recusavam a adorar falsas divindades foram
perseguidas pelo rei.
O
rei também estava profundamente envolvido com práticas de
ocultismo. O relato bíblico diz que ele praticava adivinhação, era
agoureiro e feiticeiro (v.6). Estas coisas eram proibidas na lei de
Deus (Lv 19.31).
2.
PRISÃO: (33.10,11).
Deus falou a Manassés a ao povo, mas eles não deram ouvidos. Então,
Deus intervém diretamente na situação. “O SENHOR trouxe sobre
eles os príncipes do exército do rei da Assíria, os quais o
prenderam com ganchos, amarraram-no com cadeias e o levaram à
Babilônia”.
3.
CONVERSÃO: (33.12,13). Em
meio ao sofrimento, Manassés angustiado suplica o perdão de Deus.
Ele se humilha, ele ora ao SENHOR que lhe atende a sua súplica e o
faz voltar ao seu reino.
Na
salvação de cada pecador vemos o exercício da soberania divina. É
Deus quem traz o exército assírio contra Manassés para prendê-lo
e humilhá-lo, mas também é Deus que atende a oração, as súplicas
de um coração arrependido e o faz retornar ao seu reino. Uma
profunda demonstração da graça de Deus, na conversão de Manassés.
Os
frutos do arrependimento (vv, 14-17).
“Depois
disto”, ou
seja, depois de sua conversão e retorno a Jerusalém, Manassés
demonstra frutos dignos de arrependimento. A sua conversão era real.
Transformadora. Ele tenta reparar o mal que havia feito efetuando
algumas reformas. Ele tirou da Casa do SENHOR os deuses estranhos,
restaurou o altar do SENHOR e ofereceu ofertas pacíficas e de ações
de graças. Deus perdoou Manassés, mas as conseqüências das suas
ações na vida da nação foram grandiosas e desastrosas (cf. Jr
15.1-4).
Ainda
assim, Deus nos ensina uma grande lição através da vida de
Manassés. O pecado é terrível e nos leva a fazer coisas
monstruosas; somente Deus pode tratar com nosso pecado e nos
restaurar para uma nova vida. Se a graça de Deus alcançou um homem
tão perverso como Manassés, então não tenhamos dúvidas, de que
Deus pode vencer a obstinação do mais vil pecador, pois graça de
Deus é invencível!
Pb.
Rikison Moura.
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