COMO DEVEMOS NOS PREPARAR PARA OUVIR A PALAVRA PREGADA?

A maioria dos cristãos acredita que os pregadores precisam ser fiéis na pregação da Palavra, que essa é uma de suas responsabilidades, ou seja, a de transmitir com fidelidade a Palavra de Deus. Mas poucos param para pensar em suas próprias responsabilidades ao ouvir a Palavra pregada.  É verdade que o pregador tem suas responsabilidades diante da Palavra de Deus, mas também é verdadeiro que os ouvintes também têm suas responsabilidades.

Ir ao templo para o culto comunitário é muito mais do que passar duas horas sentado numa cadeira. Muitos acham que o culto é um mero entretenimento, aonde você senta-se relaxadamente para “assistir o culto”. Mas o que é exigido dos que ouvem a Palavra pregada? Essa é a pergunta que o Catecismo Maior de Westminster trabalha na questão 160. Eis a seguir as sábias diretrizes desse importante documento cristão:

“É exigido dos que ouvem a Palavra pregada que atendam a ela com diligência, preparação e oração; que comparem com as Escrituras aquilo que ouvem; que recebam a verdade com fé, amor, mansidão e prontidão de espírito, como a Palavra de Deus; que meditem nela e conversem a seu respeito uns com os outros; que a escondam no coração e produzam os frutos devidos no seu procedimento”.

Vejam que a concepção reformada é muito mais do que aquilo que se convencionou em nosso país como “assistir o culto”. O Catecismo nos mostra a responsabilidade de quem prega a Palavra (pergunta 159), mas também a responsabilidade de quem ouve a Palavra pregada (pergunta 160). E segundo foi citado acima, essa responsabilidade envolve diligência, oração, comparar o que é pregado com a Escritura (algo difícil de ver hoje em dia).

Ao ouvirmos a verdade da Palavra de Deus, devemos recebê-la com fé, amor, mansidão e prontidão de espírito, produzindo no dia a dia os frutos benditos da Palavra de Deus. Por isso, não se contente em ser mero expectador. Não se contente em meramente “assistir o culto”.

Acolha a Palavra de Deus com alegria. Não se contente em ser um mero ouvinte, mas sim um praticante da Palavra, pois aqueles que ouvem, mas não praticam, enganam-se a si mesmos (Tg 1.22,23). Não sejamos, portanto, ouvintes negligentes, mas operosos praticantes. 

Rikison Moura.