Mas o que quero mostrar, de
maneira simplista até, é que o pecado é uma prova esmagadora de que nosso
arbítrio não é livre. Você é cristão e ama o seu Senhor; seu desejo é que sua
vida, conduta, ação e pensamentos sejam agradáveis a Ele. Porém, constantemente
estamos tropeçando, caindo, pecando.
Aí vêm os questionamentos: Por
que um cristão não consegue viver sem pecar? Por que, mesmo após ser salvo por
Cristo, um cristão não consegue viver de tal modo que, a sua vida seja vivida
inteiramente para o seu Senhor? Por que
não conseguimos uma santificação plena nessa vida?
Ainda que algumas correntes
defendam o chamado perfeccionismo cristão,
que é a idéia de que é possível alcançarmos a perfeição cristã, de vencermos o
pecado e as imundícias do coração nessa vida. A grande verdade é que isso não é
possível.
Nessa vida haverá uma terrível
batalha instaurada dentro do nosso ser. Uma luta entre a carne (nossa natureza
pecaminosa), e o Espírito Santo. Paulo declara: “Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito contra a carne,
porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do
vosso querer” (Gl 5.17; Cf. Rm 7.21-23).
“Esta corrupção da natureza
persiste, durante esta vida, naqueles que são regenerados; embora seja ela
perdoada e mortificada por Cristo; todavia tanto ela como os seus impulsos são,
real e propriamente, pecado”. [1]
Devemos sim, lutar contra o
pecado, buscar a santificação. Porém, mais uma vez discordamos dos
perfeccionistas que ensinam que o crente é capaz de ter uma santificação
perfeita nesta vida. Contra essa idéia, o Catecismo Maior declara:
“A santificação dos crentes é imperfeita por causa dos resquícios do
pecado que permanecem neles e das perpétuas concupiscências da carne contra o
Espírito; por isso, são eles muitas vezes, arrastados pelas tentações e caem em
muitos pecados; são impedidos em todos os seus serviços espirituais, e as suas
melhores obras são imperfeitas e manchadas diante de Deus”. [2]
Continuemos, pois lutando, amados
irmãos, assim como Paulo: “Não que eu o
tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar
aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus” (Fp 3.12 ).
Maravilhosa será a nossa
glorificação. Anseio por esse dia. O dia que encontrarei o meu Senhor e Rei. O
dia em que Ele nos apresentará com exultação, imaculados diante da sua glória
(Jd 24). O dia em que não mais pecarei, pois serei semelhante a Ele (Jo 3.2).
Grande será o dia da libertação do arbítrio. “É no estado de glória que a
vontade do homem se torna perfeita e imutavelmente livre somente para o bem”. [3]
Rikison Moura.
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