Não é de hoje
que a música evangélica vem enfrentando uma grande crise. Uma crise de
qualidade, de biblicidade, até mesmo
uma crise de identidade. Um dos motivos, acredito eu, é o fato de que, a música
evangélica brasileira, em sua grande maioria, abandonou a Palavra de Deus e
passou a ser norteada pela filosofia do marketing. E o objetivo de todo o
marketing é deixar o produtor e o consumidor satisfeitos. E tudo que não
alcança esse objetivo, ou seja, que não agrada precisa ser jogado fora. Numa
rápida olhada, podemos perceber que a música evangélica norteada pelo marketing
apresenta os seguintes problemas:
1. Antropocentrismo.
O homem tem sido o centro e a medida de todas as coisas. São os seus
sonhos, o seu potencial, a sua vontade, a sua determinação. É a
supervalorização do ser humano. De modo, que as músicas parecem terem sido
inspiradas em consultórios ou em palestras motivacionais.
A música
intitulada os sonhos de Deus, de
Ludmila Ferber nos mostra todo o antropocentrismo da música gospel: “Se tentaram matar os teus sonhos, sufocando
o teu coração; se lançaram você numa cova e ferido perdeu a visão. Não desista;
não pare de crer; os sonhos de Deus jamais vão morrer. Não desista; não pare de
lutar; não pare de adorar. Levanta teus olhos e vê; Deus está restaurando os
teus sonhos; e a tua visão. Recebe a cura; recebe a unção; unção de ousadia;
unção de conquista; unção de multiplicação”.
Além do
antropocentrismo latente na canção acima mencionada, ainda vemos umas “unções”
estranhas. Sinceramente, e com muita tristeza, confesso que não vejo muita
diferença entre muitas músicas ditas evangélicas daquela música da Xuxa que
dizia: “Tudo que eu quiser, o cara lá de
cima vai me dar”.
2. Midiática/mercadológica. Infelizmente,
a grande verdade, é que boa parte da música evangélica contemporânea mostra
mais interesse no entretenimento das pessoas do que na glória de Deus. As
músicas são pensadas primeiramente no lucro do que na exaltação do nome do
SENHOR.
O “mercado
gospel” está em franca expansão. As coisas estão indo tão bem, financeiramente
falando, que tem atraído produtores e cantores não evangélicos, pois ali eles
encontram a oportunidade que o mercado lhe oferece para ganhar dinheiro. Eles
não sabem nada de Bíblia, mas conhecem muito bem o gosto do freguês!
3. Teologia rasa. Uma vez que a música
norteada pelo marketing é feita com o claro objetivo de vender, as pessoas que
as produzem e cantam não estão preocupados com letras realmente bíblicas. E
muitas dessas músicas até contradizem importantes postulados bíblicos.
4. Sem nenhuma consciência de pecado. A
filosofia do marketing tira a ofensividade do evangelho. É por isso que dificilmente, ouvimos canções sobre pecado,
arrependimento, renúncia, cruz, ressurreição, condenação, o negar-se a si
mesmo. O marketing não tem compromisso com a verdade. Ele busca apenas
resultados, é por isso que os cantores que abraçam o marketing,
invariavelmente, abandonam os grandes temas da Escritura.
Se quisermos ver
uma guinada para o bem da música evangélica, o marketing precisa ser abandonado
e a Escritura estudada, a fim de que, Deus seja a inspiração para os nossos
cânticos e o Seu Nome seja exaltado.
Rikison Moura.
Nenhum comentário:
Postar um comentário