Ligamos a TV e lá estão eles, promovendo o Congresso para o Sucesso Financeiro, vendendo “lenços ungidos” por Benny Hinn ou recebendo a unção da prosperidade. A chamada teologia da prosperidade quer medir as pessoas com base naquilo que ela possui. De modo que o ter tornou-se mais importante do que o ser. Se uma pessoa possui muitos bens, então ela é uma pessoa espiritual, mas se não tem muitos recursos, então ela é uma pessoa carnal, contra a qual Deus se encontra desgostoso.
Jesus Cristo já havia alertado contra esta tendência:
“Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância de bens que ele possui” (Lc 12.15).
Quando olhamos para as Escrituras nós podemos ver claramente que a força motriz do ministério dos falsos mestres é o lucro. O seu ministério gira e é motivado pela ganância. Pelo amor desenfreado pelo dinheiro, que é a raiz de todos os males (1Tm 6.10).
O apóstolo Paulo diz que os falsos mestres imaginam que a “piedade é fonte de lucro” (1Tm 6.5). E o apóstolo Pedro também afirmou que “movidos por avareza, farão comércio de vós” (2Pe 2.3). Parece-me que estamos vivendo nos dias do profeta Miquéias onde “os sacerdotes ensinam por interesse, e os profetas advinham por dinheiro” (Mq 3.11).
Muitos líderes “evangélicos” desengavetaram as empoeiradas indulgências da Idade Média e a sua habilidade em explorar as pessoas é tão grande que João Tetzel, pregador de indulgências da Idade Média, fica parecendo um amador nesse terrível comércio sagrado.
Os falsos mestres estão interessados nos bens das pessoas, e não na salvação delas. As pessoas não são vistas como ovelhas que devem ser pastoreadas, mas em consumidores que devem ser explorados. O estado de suas almas não os preocupam, eles são exploradores do rebanho, obreiros fraudulentos e cobiçosos de torpe ganância. Eles não amam a Deus e nem as pessoas, mas sim o lucro. Esses tornam a casa de Deus em covil de ladrões, mercadejando a Palavra de Deus.
Não nos deixemos enganar. Essa infame atitude advém de um espírito maligno, pois como escreveu o reformador, João Calvino:
“Todos quantos têm como seu ambicioso alvo a aquisição de riquezas se entregam ao cativeiro do diabo [...] Aqueles que se aferram à aquisição de dinheiro, e que usam a piedade para granjearem lucros, tornam-se culpados de sacrilégio”.
Que Deus nos ajude e nos conceda homens com motivações santas no serviço do divino Mestre.
Rikison Moura
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