Em seus embates contra o romanismo, principalmente contra a figura do papa, Lutero disparou a seguinte acusação: “Ele colocou a Sagrada Escritura em segundo plano”.
Para o reformador alemão, o papa era culpado por desviar o povo e substituir a Escritura por suas próprias invencionices. Eu acredito que a mesma acusação dirigida contra o império papal do século XVI é verdadeira para grande parte da igreja protestante brasileira.
Ligamos a TV ou o rádio e percebemos claramente que muitos pastores têm colocado a Sagrada Escritura em segundo plano. Em milhares de púlpitos espalhados por este país isso é assustadoramente verdadeiro. A Escritura quando citada, é distorcida, a fim de enganar as pessoas e arrancar-lhe polpudas somas de dinheiro. Assim como o papa usou as indulgencias como expediente para suas construções, muitos líderes têm construindo verdadeiros impérios às custas das modernas indulgências.
Certo “apóstolo” tupiniquim, muito parecido com o personagem Fred Flintstone, estava anunciando lenços benzidos pelo herege Benny Hinn por “apenas” cem reais. Os verdadeiros apóstolos pregavam a Palavra de Deus, mas os falsos trabalham contra ela.
A criatividade de muitos é diabólica, uma vez que é utilizada para afastar as pessoas de Deus e mantê-las presas ao paganismo. O que eles têm apresentado é outro evangelho e tudo aquilo que se opõe ao evangelho de Cristo é maldito (Gl 1.8).
As chamadas “campanhas” são distorções graves dos textos bíblicos. “Sete mergulhos de Naamã”, “Pão da revelação”, e outras aberrações reforçam a acusação de Lutero: “Ele colocou a Sagrada Escritura em segundo plano”.
E o que somos sem a Escritura? Sem a Escritura não passamos de tolos, cegos andando as apalpadelas, correndo de um lado para o outro atrás da última novidade do mercado da fé. Sem a iluminação da Palavra de Deus permaneceremos nas trevas. Ela é lâmpada para os nossos pés e luz para nosso caminho (Sl 119.105). Que o Sola Scriptura reine em nossos corações, para a glória de Deus!
Rikison Moura.
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