sexta-feira, 30 de outubro de 2015

JUDAS É UM EXEMPLO DO CRENTE QUE PERDEU A SALVAÇÃO?

Para muitos cristãos, Judas Iscariotes é um claro exemplo de que o salvo pode sim perder a sua salvação. Afinal de contas, dizem eles, Judas era apóstolo de Jesus Cristo, ouviu os ensinamentos de Cristo, esteve envolvido no ministério apostólico, era uma espécie de tesoureiro do grupo apostólico e participou de várias atividades ordenadas pelo Mestre.
Aparentemente, todas estas coisas listadas acima parecem não deixar margem para que duvidemos que Judas era, de fato, um verdadeiro seguidor de Jesus Cristo. Porém, ao observarmos mais atentamente, podemos perceber que Judas não era crente e sim incrédulo e dissimulado. Ele desempenhava tão bem o seu papel de hipócrita que os seus companheiros não suspeitavam dele.

Certa feita, o apóstolo Pedro falando em nome dos apóstolos, inclusive de Judas, declarou: “...nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus”. Mas Jesus sabia que Judas era um hipócrita. Jesus sabia quem cria e quem o havia de trair (Jo 6. 64, 70,71).
Conforme os eventos avançam, o caráter maligno de Judas vai se evidenciando cada vez mais. Judas não era apenas incrédulo, mas manifestava a sua maldade roubando dinheiro que se lançava na bolsa. Era um oportunista, avarento, ladrão e mercenário, conforme deixa claro o texto de João 12.4-6.
Judas não perdeu a salvação, pois ele nunca a possuiu. Judas nunca foi salvo. Jamais foi um filho de Deus, senão o filho da perdição (Jo 17.12; 18.9). Jesus disse que não perdeu nenhum daqueles que o Pai lhe deu, logo, Judas nunca fora salvo, se fosse teria sido guardado por Jesus. O próprio Cristo deixou claro que nem todos estavam limpos, e esse que não era limpo era exatamente Judas Iscariotes (Jo 13.10,11; cf. Jo 15.3). 
A maioria esmagadora dos cristãos afirmam que o diabo não pode possuir um verdadeiro cristão. Ele pode atormentar, lançar dúvidas, tentar, mas não possuir. Mas Judas foi literalmente possuído pelo próprio Satanás (Lc 22.3; Jo 13.27).
O fim da carreira de Judas mostra que ele não confiava em Deus. Judas era um homem endurecido, capaz de sentir remorso, ou seja, aquilo que Paulo chama de “tristeza segundo o mundo que só produz morte”, porém, Judas não foi alvo da “tristeza segundo Deus que produz arrependimento para a salvação” (2Co 7.10). Uma vez que em seu coração não havia nenhuma disposição para o arrependimento, ele dominado pelo remorso suicidou-se (Mt 27.3-5).   
Assim, Judas não é um exemplo de um crente que perde a salvação, mas de um homem falso, que no final foi desmascarado. Se Judas pertencesse a Cristo e mesmo assim se perdesse, Cristo seria um fracasso, mas a perdição de Judas prova que ele não pertencia a Cristo, pois aqueles que pertencem a Ele foram guardados e protegidos e nenhum deles jamais se perdeu (Jo 17.12; cf. Jo 10.27,28).  


Rikison Moura. 

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