domingo, 12 de julho de 2015

CONFISSÃO DE PECADOS

“O que encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia. Feliz o homem constante no temor de Deus; mas o que endurece o coração cairá no mal” (Pv 28.13,14).
O reformador alemão, Martinho Lutero, é conhecido pela maioria das pessoas pelas suas 95 teses contra as indulgências, fixadas na porta da Igreja do Castelo de Wittemberg no dia 31 de outubro de 1517. Porém, poucos param para atentar para o conteúdo dessas teses. Já sabemos que naquele momento o pensamento e a teologia de Lutero estavam em desenvolvimento. Porém, já em sua primeira tese ele mostrara a sua compreensão da fé evangélica ao afirmar:
“Dizendo nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo: Arrependei-vos... etc., certamente quer que toda a vida dos seus crentes na terra seja contínuo e ininterrupto arrependimento”.

Na tese de número quatro, Lutero diz:

“Assim sendo, o arrependimento e o pesar, isto é, a verdadeira penitência, perdura enquanto o homem se desagradar de si mesmo, a saber, até à entrada para a vida eterna”.

Para Lutero, a vida do cristão deveria ser uma vida de mortificação da carne, de arrependimento, consagração, de confissão de pecados.
Hoje isso não é visto com bons olhos, pois o nosso conceito de pecado é defeituoso. Ao invés de uma confrontação sincera com cada pecado particular, nós nos contentamos com uma tímida insinuação, de modo que, tanto em nossas orações em público, ou em particular, nos contentamos em afirmar o seguinte: “perdoa as minhas falhas”. Isso é muito vago, periférico.
A Confissão de Fé de Westminster já nos alertara acerca dessa atitude nas seguintes palavras:
“Os homens não devem se contentar com um arrependimento geral; mas é dever de todos procurar arrepender-se particularmente de cada um de seus pecados”.[1]
Outros já vencidos, nem mesmo se incomodam com seus pecados. Nem mesmo chegam a lamentar por seus pecados. Esses pecam de modo habitual e constante. Não mortificam a carne.  Assim, provam que não amam o Senhor, nem tampouco foram salvos por Ele, uma vez que continuam dominados pelo pecado (Rm 6.1-14).
Embora o verdadeiro cristão ainda peque, pois como diz o apóstolo João “Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade de Deus não está em nós” (1.8), ele não se deleita no pecado. O pecado é para ele algo odioso e abominável. Por isso, ao pecar, ele sinceramente busca o perdão e a misericórdia do seu Deus. E na promessa do Senhor de perdoar genuinamente aqueles que confessam seus pecados e os deixa (Pv 28.13) ele encontra consolo para sua alma: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar e toda injustiça” (1Jo 1.9).
Meu amado irmão, esteja certo de uma coisa: “não há pecado tão pequeno que não mereça a condenação, assim também não há pecado tão grande que possa trazer condenação sobre os que se arrependem verdadeiramente”.[2]
Rikison Moura.




[1] CFW Cap. XV, Sessão V
[2] Idem, Sessão, IV

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