sexta-feira, 22 de maio de 2015

A PREDETERMINADA MORTE DE CRISTO.

O Dr. Leslie Weatherhead (1893-1976), certa vez perguntou: “Deus teve o propósito de enviar Jesus para a cruz desde o início?” E o próprio Weatherhead responde: “Penso que a resposta a essa pergunta deve ser ‘Não’. Não acho que Jesus pensasse isso no início do seu ministério. Ele veio com a intenção de que os homens o seguissem e não que o matassem”. 1 
De fato, a concepção do popular pregador inglês é incorreta. Não obstante, não são poucas as pessoas que acham que Jesus foi vítima da invejosa conspiração judaica, como se sua morte fosse um acidente de percurso. Como se a cruz tivesse sido um improviso, uma decisão de última hora.  
Mas as Escrituras não deixam espaço para acidentes. Desde o Antigo Testamento, a Palavra de Deus nos aponta para a predeterminada morte de Cristo. Em Isaías, o profeta inspirado pelo Espírito Santo, afirma a respeito da morte de Cristo:  
“Todavia, ao SENHOR agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade do SENHOR prosperará nas suas mãos” (53.10). 
Aqui podemos ver que a morte de Cristo fazia parte da soberana vontade do Pai. Todavia, ao SENHOR agradou moê-lo, fazendo-o enfermar”. Outros textos apontam para essa mesma verdade: foi da vontade do Pai que o Filho morresse em favor de pecadores (cf. Mt 26.39; Lc 22.42). 
Jesus Cristo tinha plena consciência de que essa era a vontade de Seu Pai e o propósito de sua vinda: “Agora, está angustiada a minha alma, e que direi eu? Pai, salva-me desta hora? Mas precisamente com este propósito vim para esta hora” (Jo 12.27). 
Aos desanimados discípulos no caminho de Emaús, Cristo lhes disse: “Porventura, não convinha que o Cristo padecesse e entrasse na sua glória” (Lc 24.26).   
Em Atos dos Apóstolos, o apóstolo Pedro declarou a respeito da morte de Jesus:  
“Sendo este entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus, vós o matastes, crucificando-o por mãos de iníquos” (2.23).  
Em Atos dos Apóstolos, capítulo 4, versos 25 a 28, a igreja em oração declarou essa importante verdade: 
“...Por que se enfureceram os gentios, e os povos imaginaram coisas vãs? Levantaram-se os reis da terra, e as autoridades ajuntaram-se à uma contra o Senhor e contra o seu Ungido; porque verdadeiramente se ajuntaram nesta cidade contra o teu santo Servo Jesus, ao qual ungiste, Herodes e Pôncio Pilatos, com gentios e gente de Israel, para fazerem tudo o que a tua mão e o teu propósito predeterminaram”.  
Pois bem, essas são algumas poucas, porém convincentes evidências de que a morte de Cristo foi da vontade e determinação de Deus. Contudo, uma questão ainda precisa ser considerada.  
Se era da vontade e determinação de Deus que Cristo morresse em favor de pecadores, então aqueles que levaram isso à cabo não estão livres, uma vez que contribuíram na execução dos propósitos de Deus? A resposta é não. É preciso deixar isso bem claro. Aqueles que mataram Jesus não foram forçados por Deus a praticarem seus maus intentos, eles são culpados por suas próprias iniquidades. Jesus deixou isso bem claro ao afirmar: "Porque o Filho do homem, na verdade, vai segundo o que está determinado, mas ai daquele por intermédio de quem ele está sendo traído” (Lc 22.22).  
Vejam que a determinação divina não anula a responsabilidade dos homens. É certo que os propósitos de Deus não podem ser impedidos e nem tampouco frustrados (Jó 42.2). Deus é infinitamente sábio. Ele pode até mesmo usar da maldade humana como instrumento de sua vontade. “Pois até a ira humana há de louvar-te...” (Sl 76.10).  

Rikison Moura, V. D. M 

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