Em muitos lugares, o chamado “momento
de louvor”, têm se constituído um verdadeiro pandemônio. As pessoas cantam
coisas absurdas, que são verdadeiras blasfêmias contra o Deus da Escritura. A
pobreza nas letras denominadas “cristãs” revela a superficialidade da teologia
dos medalhões do mundo gospel e de seus fã-náticos que repetem tudo sem ao
menos refletir se aquilo que estão cantando possui ou não fundamentação
bíblica.
Com o advento da filosofia baseada no
marketing que invadiu a igreja como um rolo compressor, os fundamentos têm sido
removidos e a doutrina abandonada. Sabemos que a essência de todo marketing é
deixar o consumidor satisfeito, e nesse mercado chamado gospel, canta-se para agradar, entreter, motivar à carne, aguçar os
ouvidos com mensagens brandas e finalmente encher os bolsos de dinheiro. Aliás,
a única coisa pobre que eles possuem são as letras, mas paradoxalmente, com
essa pobreza musical/teológica, eles construíram verdadeiros impérios.
Eles não entendem que a música cristã
não é mero entretenimento, mas sim teologia em versos, teologia em movimento, é
a fé sendo cantada. Sem essa dimensão e mentalidade, corremos o sério risco de
introduzir graves heresias nos hinos.
Assim como um pregador não têm o direito
pregar mentiras, um cantor também não tem direito de cantar mentiras. Assim
como devemos confrontar os sermões à luz da Escritura, devemos submeter os
hinos ao mesmo escrutínio. Devemos confrontar com a Escritura não apenas o que
se prega, mas também o que se canta.
Se as pessoas creem no que cantam,
então, em muitos lugares, estão crendo numa abominação que não encontra espaço
na revelação bíblica. Sendo assim, estão crendo que Deus lamenta por levar
porta na cara; estão crendo que as nossas aspirações são “sonhos de Deus” e que
os “sonhos de Deus jamais vão morrer”. Que sofrimento não é coisa de cristão e
a nossa vitória tem sabor de mel. Quanto antropocentrismo! Não estamos louvando
a Deus, estamos apenas convidando-O a louvar a nós mesmos.
O culto é um testemunho público das
virtudes de Deus. Por isso que as nossas músicas precisam ser bíblicas. Devem
apontar, com base na Escritura, para quem Deus é, e o que Deus faz. Se assim
for, a música constitui-se num poderoso instrumento evangelístico, atraindo as
pessoas para a verdade de Deus, como também edificará os santos,
fortalecendo-os na doutrina bíblica. O Salmo 40.3 é oportuno nessa reflexão:
“E me pôs nos lábios um novo cântico, um hino de louvor ao nosso Deus;
muitos verão essas coisas, temerão e confiarão no SENHOR”.
O objetivo de Davi não é agradar o
gosto do auditório, não é compor apenas para agradar a si mesmo, mas tornar o
nome de Deus conhecido. Por ser compromissado com a verdade de Deus, essa
música tem um resultado: “Muitos verão
essas coisas, temerão e confiarão no SENHOR”.
É claro que ainda tem muita gente fazendo
boas músicas, com conteúdo realmente cristão, mas é preciso procurá-los com
muita atenção, eles não estão na “crista da onda”, isso é reservado aos que
aquecem o mercado, que movimentam a máquina megalomaníaca do mundo gospel.
O que você tem cantado? Será que o
que você tem cantado passa no teste da Escritura? É bíblico? É para a glória de
Deus? Você crer no que canta? Reflita sobre essas questões e siga a Escritura.
Rikison Moura, V. D. M
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