Momentos antes de subir ao céu para
assentar-se a direita de Deus Pai Todo poderoso, o nosso amado Senhor Jesus disse
aos seus discípulos: “Ide por todo o
mundo e pregai o evangelho a toda a criatura. Quem crer e for batizado será
salvo; quem, porém, não crer será condenado” (Marcos 16.15,16). È
interessante notarmos que as palavras de Jesus não são um pedido, mas sim uma
ordem. A grande comissão é uma ordem expressa de Cristo. É um imperativo. Essa
ordem ultrapassa o tempo e não se limita aos discípulos do primeiro século, mas
ela é viva e atual. Jesus nos constituiu como sal da terra e luz do mundo. Os
calvinistas captaram muito bem essa verdade e levaram multidões de pessoas a
luz da verdade divina.
Os reformadores sempre tiveram um
grande senso evangelístico. Os primeiros missionários protestantes que chegaram
ao Brasil foram enviados pelo reformador João Calvino. Eles foram perseguidos e
mortos por causa de sua fé, mas deixaram plantado no solo de nossa pátria a
bendita semente do Evangelho. Os ministérios dos grandes vultos da fé reformada
nunca se limitaram a igreja. Onde estivessem os pecadores, ali estavam eles, nas
praças, casas, fazendas, mercados, eles proclamavam com poder e graça as boas
novas do Evangelho. O próprio Calvino
abominava a religião limitada ao gabinete, á cela ou a Igreja. Com o salmista,
ele invoca o céu e a terra, invoca todas as pessoas e nações a dar glória a
Deus.
Na Inglaterra dois pregadores de fé
reformada se destacam como grandes ganhadores de almas: Whitefield e Charles
Spurgeon. Ambos pregaram as boas novas do Evangelho de Cristo a milhares de
pessoas. Havia um senso de dever nesses gigantes de Deus. O senso evangelístico
os dominava: “Se anuncio o evangelho, não
tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim
se não pregar o evangelho (1Co 9.16).
Charles Spurgeon firmemente
acreditava que o fim principal do ministério cristão é a glória de Deus e o
nosso grande objetivo de glorificar a Deus, dizia ele, deve ser atingido
principalmente pela conquista de almas. Ele mesmo escreveu:
“Precisamos ver almas nascidas para
Deus. Se não as virmos, o nosso clamor será o de Raquel: “Dá-me filhos, ou se
não morro”. Se não ganharmos almas para Cristo, lamentaremos como o chefe de
família que não vê colheita, como o pescador que volta para a cabana com a rede
vazia, ou como o caçador que andou em vão por vales e montes. O nosso falar
seria o de Isaías, com muitos suspiros e gemidos: “Quem deu crédito à nossa
pregação? E a quem se manifestou o braço do Senhor?” Os embaixadores da paz não
devem parar de chorar amargamente, enquanto os pecadores não chorarem por seus
pecados”.[1]
Nos Estados Unidos, um grande teólogo
calvinista, Jonathan Edwards, nunca limitou o seu ministério à uma sala de
aula, mas foi um fervoroso evangelista e um prolífico ganhador de almas.
Concordo com o rev. Hernandes Dias
Lopes quando ele escreve: “Uma igreja que não evangeliza precisa ser
evangelizada. A igreja é um corpo missionário ou um campo missionário”.[2]
Creio que um dos maiores desafios das
igrejas reformadas, além de combater o liberalismo teológico, é reavivar essa
chama, esse senso de dever em anunciar as boas notícias de Deus aos pecadores.
Se temos uma teologia mais sadia, então, devemos ser os maiores
evangelizadores. Entendendo que a tarefa de evangelização não deve recair somente
sobre a liderança, mas sobre todos os corações onde foi abundantemente
derramado o amor de Deus.
A pregação da Palavra é o método que Deus escolheu
para salvar os perdidos (1Co 1.21). Mas uma pergunta ressoa em nossos ouvidos:
“Como ouvirão, se não há quem pregue?” (Romanos 10.14). Temos um belo passado, mas ele não deve nos
prender e sim nos impulsionar e a semelhança dos nossos antepassados, levemos
aos homens a palavra da graça, da reconciliação, do perdão e da salvação em
Cristo Jesus para à glória de Deus!
Rikison Moura, V. D. M
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