sexta-feira, 7 de novembro de 2014

O CALVINISMO E O EVANGELISMO.

Momentos antes de subir ao céu para assentar-se a direita de Deus Pai Todo poderoso, o nosso amado Senhor Jesus disse aos seus discípulos: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda a criatura. Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado” (Marcos 16.15,16). È interessante notarmos que as palavras de Jesus não são um pedido, mas sim uma ordem. A grande comissão é uma ordem expressa de Cristo. É um imperativo. Essa ordem ultrapassa o tempo e não se limita aos discípulos do primeiro século, mas ela é viva e atual. Jesus nos constituiu como sal da terra e luz do mundo. Os calvinistas captaram muito bem essa verdade e levaram multidões de pessoas a luz da verdade divina.
Os reformadores sempre tiveram um grande senso evangelístico. Os primeiros missionários protestantes que chegaram ao Brasil foram enviados pelo reformador João Calvino. Eles foram perseguidos e mortos por causa de sua fé, mas deixaram plantado no solo de nossa pátria a bendita semente do Evangelho. Os ministérios dos grandes vultos da fé reformada nunca se limitaram a igreja. Onde estivessem os pecadores, ali estavam eles, nas praças, casas, fazendas, mercados, eles proclamavam com poder e graça as boas novas do Evangelho.  O próprio Calvino abominava a religião limitada ao gabinete, á cela ou a Igreja. Com o salmista, ele invoca o céu e a terra, invoca todas as pessoas e nações a dar glória a Deus.
Na Inglaterra dois pregadores de fé reformada se destacam como grandes ganhadores de almas: Whitefield e Charles Spurgeon. Ambos pregaram as boas novas do Evangelho de Cristo a milhares de pessoas. Havia um senso de dever nesses gigantes de Deus. O senso evangelístico os dominava: “Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho (1Co 9.16).
Charles Spurgeon firmemente acreditava que o fim principal do ministério cristão é a glória de Deus e o nosso grande objetivo de glorificar a Deus, dizia ele, deve ser atingido principalmente pela conquista de almas. Ele mesmo escreveu:
“Precisamos ver almas nascidas para Deus. Se não as virmos, o nosso clamor será o de Raquel: “Dá-me filhos, ou se não morro”. Se não ganharmos almas para Cristo, lamentaremos como o chefe de família que não vê colheita, como o pescador que volta para a cabana com a rede vazia, ou como o caçador que andou em vão por vales e montes. O nosso falar seria o de Isaías, com muitos suspiros e gemidos: “Quem deu crédito à nossa pregação? E a quem se manifestou o braço do Senhor?” Os embaixadores da paz não devem parar de chorar amargamente, enquanto os pecadores não chorarem por seus pecados”.[1]
Nos Estados Unidos, um grande teólogo calvinista, Jonathan Edwards, nunca limitou o seu ministério à uma sala de aula, mas foi um fervoroso evangelista e um prolífico ganhador de almas.
Concordo com o rev. Hernandes Dias Lopes quando ele escreve: “Uma igreja que não evangeliza precisa ser evangelizada. A igreja é um corpo missionário ou um campo missionário”.[2]
Creio que um dos maiores desafios das igrejas reformadas, além de combater o liberalismo teológico, é reavivar essa chama, esse senso de dever em anunciar as boas notícias de Deus aos pecadores. Se temos uma teologia mais sadia, então, devemos ser os maiores evangelizadores. Entendendo que a tarefa de evangelização não deve recair somente sobre a liderança, mas sobre todos os corações onde foi abundantemente derramado o amor de Deus.
 A pregação da Palavra é o método que Deus escolheu para salvar os perdidos (1Co 1.21). Mas uma pergunta ressoa em nossos ouvidos: “Como ouvirão, se não há quem pregue?” (Romanos 10.14).  Temos um belo passado, mas ele não deve nos prender e sim nos impulsionar e a semelhança dos nossos antepassados, levemos aos homens a palavra da graça, da reconciliação, do perdão e da salvação em Cristo Jesus para à glória de Deus!
Rikison Moura, V. D. M




[1] Lições aos Meus Alunos, vol 1, PES p. 205
[2] Marcos, Hagnos, p.605

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