“Nos
predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo,
segundo o beneplácito da sua vontade” (Ef 1.5).
Essa doutrina é particularmente bela
e solene. Ela é alívio para uma consciência aflita e refúgio para uma alma
cansada. Sabermos que Deus é nosso Pai celestial, que fomos adotados em Sua
sagrada família é motivo dos mais altos louvores.
Nascemos na família de Deus. Ele
mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, por pura graça e misericórdia decidiu
nos adotar. A adoção é um ato livre da graça de Deus. É uma escolha voluntária.
Ao sermos adotados na família de Deus, recebemos um novo nome, uma nova herança
e uma nova vida. O nosso passado de pecado, de miséria é deixado para trás. A
nossa dívida é cancelada. Nos tornamos participantes da herança de Deus. O
apóstolo Paulo escrevendo aos romanos declara: “Ora, se somos filhos, somos
também herdeiros, herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo...” (Rm 8.17). Deus
colocou à nossa disposição as riquezas de sua graça (Ef 1.7; 2.7), as riquezas
de sua glória (Fp 4.19), as riquezas de sua bondade (Rm 2.4) e as riquezas de
sua sabedoria (Rm 11.33ss) – e todas as riquezas de Deus encontram-se em Jesus
Cristo (Cl 1.19; 2.3). Ele é nosso irmão mais velho.
No contexto do mundo romano a
cerimônia de adoção era realizada na presença de sete testemunhas. Se por
acaso, o pai adotivo morresse e acontecesse alguma disputa quanto ao direito de
herança do filho adotivo; uma ou mais das sete testemunhas originais se levantavam
e juravam que a adoção era genuína e verdadeira. Assim, estava garantido o
direito do adotado que recebia sua herança. Paulo nos diz que o próprio
Espírito Santo é a testemunha de nossa adoção na família de Deus. “O próprio
Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm
8.16).
Talvez você que ainda não creu em
Jesus Cristo esteja dizendo: “Mas eu também sou filho de Deus”. Sinto em
desapontá-lo, mas não é isso que a Bíblia afirma. A Palavra de Deus deixa claro
que a paternidade de Deus não é universal. Nem todos os seres humanos são
filhos de Deus. Paulo escreve aos romanos: “Pois todos os que são guiados pelo
Espírito de Deus são filhos de Deus” (Rm 8.14). Somente aqueles que creem em
Jesus Cristo como Senhor e Salvador, somente aqueles que foram lavados no
Sangue do Cordeiro de Deus são, de fato, filhos de Deus. Aqueles que se mantêm
rebeldes contra Deus, que andam desenfreadamente no pecado, que são escravos do
pecado, não são filhos de Deus, e sim filhos do diabo. Aos judeus que se
mantinham rebeldes contra o Filho de Deus, que odiavam Jesus e procurava
matá-lo, e mesmo assim diziam serem filhos de Deus, Jesus declarou:
“Se Deus fosse, de fato, o vosso pai, certamente me haveis de amar;
porque eu vim de Deus e aqui estou; pois não vim de mim mesmo, mas ele me
enviou. Qual a razão por que não compreendes a minha linguagem? É porque sois
incapazes de ouvir a minha palavra. Vós sois filhos do diabo, que é vosso pai,
e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e
jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere
mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira. Mas,
porque eu digo a verdade, não credes. Quem é de Deus ouve as palavras de Deus;
por isso, não me dais ouvidos, porque não sois de Deus” (Jo 8.42-47).
O que Jesus está ensinando aqui é que
a filiação é confirmada pela conduta. O filho manifesta as características do
pai. É por isso que Paulo escrevendo aos efésios diz: “Sede, pois, imitadores
de Deus, como filhos amados” (Ef 5,1). Aqueles que não se firmam na verdade não
são filhos de Deus, mas estão apenas reproduzindo ou manifestando as
características do diabo, que é mentiroso e homicida. Só há duas famílias na
terra: a família de Deus e a família do diabo. O trigo e o joio, as ovelhas e
os bodes. Onde você se encontra nesse momento? Quem é o seu pai? A sua conduta
confirma a sua filiação.
Rikison
Moura, V. D. M
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