sexta-feira, 19 de setembro de 2014

A MAJESTOSA OBRA DE CRISTO.

“Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados” (Cl 1.13,14).
Talvez nenhum parágrafo do Novo Testamento contenha tanta doutrina concentrada sobre Jesus Cristo do que este. Esses dois versículos nos mostram de maneira clara e poderosa grandes verdades sobre a salvação que nós temos, mediante a fé em Jesus Cristo.
O apóstolo Paulo nos mostra e toda a Escritura confirma que o maior problema do homem é o pecado. O coração do problema é o problema do coração. E este problema não pode ser resolvido por nenhum filósofo ou líder religioso. Os pecadores precisam de um Salvador, e a Bíblia nos apresenta o único e suficiente Salvador, Jesus Cristo. Ele foi Ungido e designado pelo Pai para ser o Salvador de pecadores. E Paulo, aqui nesses dois versículos, mostra-nos quatro atos de salvação realizados por Cristo a favor de nós. 

1.              Ele nos libertou do império das trevas (v.13a). Existe um império do mal em ação no mundo.  O mal é uma realidade concreta. O deus desse reino é Satanás. Ele é o príncipe das trevas. O reino das trevas é o reino da escravidão, do pecado, da mentira, do engano, da condenação eterna. O reino das trevas é um reino em rebelião contra Deus. O reino das trevas odeia o bem, despreza o sagrado, se opõe a Deus e persegue os crentes fiéis. 
             O homem não pode libertar a si mesmo desse império das trevas. O homem sem Deus é prisioneiro nesse império. O homem sem Deus é escravo do pecado. Está sob a jurisdição de Satanás. Erámos escravos do diabo. Éramos como cavalos cavalgados pelos demônios. Escravos dos vícios e das paixões carnais. Mas Deus através de seu eterno poder nos tirou do império das trevas. Deus é o único que pode libertar o homem desse império das trevas. A libertação vem de Cristo e não do homem. Vem de cima, vem do alto, vem do Pai das Luzes, vem de Deus. Jesus Cristo é o divino libertador. Antes estávamos presos, dominados, escravos do mal, mas Cristo quebrou nossas correntes e nos pôs em liberdade.

2.              Ele nos transportou (v.13b). Jesus Cristo não nos libertou da escravidão para nos deixar vagando sem rumo. Deus nos tirou da região da morte e nos transportou para o Reino da luz. O Reino do Filho do Seu amor. Ele nos tirou da masmorra da escravidão e nos transportou ao palácio da liberdade. A palavra grega para “transportou”, significa remover de um lugar para outro, transferir. E esse foi um translado das trevas para a luz, da escravidão para a liberdade, da condenação para o perdão, do poder de Satanás para o poder de Deus. 
             A salvação efetua uma mudança radical de domínio sobre as nossas vidas. Antes estávamos no império das trevas, andávamos segundo a carne, erámos escravos das paixões carnais, erámos por natureza filhos da ira. Satanás dominava sobre nós. Ele nos escravizava e nos oprimia. Ele nos mantinha prisioneiros para a morte eterna. Mas Jesus Cristo nos libertou e nos transportou para o seu próprio Reino. E o Reino de Cristo é o Reino da liberdade, é o Reino de luz, o Reino de paz, alegria e vida eterna.

3.              Ele nos redimiu (v.14a). Esse termo significa “libertar um prisioneiro mediante o pagamento de um resgate”. O preço do nosso resgate foi o sangue de Jesus. E esse preço não foi pago ao diabo, como alguns erroneamente ensinam, mas esse preço foi pago a Deus. Como Deus é justo e nós somos pecadores, não podíamos ser justificados sem que a lei fosse cumprida e a justiça foi satisfeita. Então, Deus providenciou um substituto perfeito, o Seu próprio Filho, para morrer em nosso lugar e em nosso favor. Deus propiciou a Si mesmo pela morte de Cristo. Assim, Ele pôde ser justo e justificador do pecador que crê em Seu Filho. 
             Não pertencemos mais a nós mesmos, agora somos propriedade particular de Deus. Somos de Deus por direito de criação, porque Ele nos criou à Sua imagem e semelhança. Também somos dEle por direito de redenção, pois Ele nos comprou com o Sangue do Seu amado Filho. O resgate pago por Cristo no Calvário nos redimiu e agora estamos quites com a lei de Deus, e com a justiça de Deus. Nenhuma condenação pesa sobre nós. Cristo pagou o preço da nossa dívida. Um preço que eu e você jamais poderíamos pagar, mas Ele ofereceu-se como oferta e sacrifício agradável a Deus, Cristo morreu por nós para nos dar vida.

4.              Ele nos perdoou (v.14b). Além do resgate, do transporte para o reino de Cristo e da redenção, temos também o perdão dos pecados. A Bíblia diz que o pecado faz separação entre nós e Deus (Is 59.2), pois Deus é luz, e não há Nele treva nenhuma (1Jo 1.5). Deus porém, nos perdoou por intermédio do Seu Filho Jesus Cristo. O perdão removeu a barreira entre o Deus santo e o homem pecador. Nossa dívida foi paga, nossa culpa foi cancelada e nossa justificação foi declarada. 
             A palavra “perdão” significa “mandar embora” ou “cancelar uma dívida”. Nossa dívida como escravos do pecado foi cancelada. Nossos débitos não podem mais nos escravizar. Satanás, o acusador dos filhos de Deus, não encontra mais nada em nossos arquivos para nos acusar. Escrevendo aos Romanos, o apóstolo Paulo declara:

             “Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós” (8.33,34).

             O que Paulo está dizendo é: quem pode acusar com êxito alguém que o próprio Deus já declarou justo? Quem pode condenar aqueles que já foram perdoados por Deus? O perdão pavimenta o caminho de um novo relacionamento com Deus. Por meio da remissão de pecados, somos transferidos da posição de réus condenados, para o status de filhos amados. Continuamos pecadores, mas agora pecadores redimidos. Quando um filho peca contra o pai, não deixa de ser filho. Ele perde a comunhão, mas não a filiação. Por meio de Cristo, através da confissão, podemos receber constantemente o perdão e a restauração. O apóstolo João diz que se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça (1Jo 1.9).  
             Deus promete perdoar quem confessar seus pecados, mas sua promessa não é um “amuleto mágico” que facilita a desobediência. Aquele que diz: “vou pecar, porque sei que Deus vai me perdoar”, na verdade não entendeu nada do evangelho.

Por meio de Jesus Cristo, Deus nos perdoou e agora devemos ser também perdoadores. O perdão que recebemos de Deus é o padrão do perdão que devemos oferecer ao nosso ofensor. Os perdoados devem perdoar e perdoar com o mesmo tipo de perdão que receberam de Deus. Em Colossenses 3.13 Paulo deixa isso bem claro:

“Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós”.

Que possamos viver como salvos, dando evidências reais do nosso novo nascimento. A obra de Cristo é magnifica. A obra de Cristo é incomparável. Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o Reino da luz, Ele nos redimiu, pagou com o Seu sangue o preço do nosso resgate e nos perdoou, nos purificando de toda a injustiça. A Ele seja a glória pelos séculos dos séculos. Amém.

Rikison Moura, V. D. M

Obras Consultadas: LOPES, Hernandes Dias, Colossenses, Hagnos
MARTIN, Ralph P. Colossenses e Filemom: introdução e comentário, Vida Nova;
WIERSBE, Warren W., Comentário Bíblico Expositivo.
BOYER, Orlando, Pequena Enciclopédia Bíblica, Vida Acadêmica.

Nenhum comentário:

Postar um comentário