quinta-feira, 31 de julho de 2014

VOCÊ CONHECE O BANCO JC?

Ligamos a TV e lá estão eles, promovendo o Congresso para o Sucesso Financeiro ou recebendo a unção da prosperidade. A teologia da prosperidade quer medir as pessoas com base naquilo que ela possui. Se ela possui muitos bens, então ela é uma pessoa espiritual, mas se não tem nada, então ela é uma pessoa má, carnal contra a qual Deus está desgostoso. Os defensores deste tipo de movimento afirmam aos quatros cantos da terra: “A única pessoa que quer te ver na pobreza é o diabo”.
Assim, Deus se torna um mero realizador da vontade egoísta e gananciosa do homem e o homem passa a ser medido por aquilo que ele possui.
Jesus Cristo já havia alertado contra este mal:
“Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância de bens que ele possui” (Lc 12.15).
Quando olhamos para as Escrituras nós podemos ver claramente que a força motriz do ministério dos falsos mestres é o lucro. Eles usam o púlpito como plataforma para o sucesso. O seu ministério gira e é motivado pela ganância.
O apóstolo Paulo diz que os falsos mestres imaginam que a “piedade é fonte de lucro” (1Tm 6.5). E o apóstolo Pedro também afirmou que “movidos por avareza, farão comércio de vós” (2Pe 2.3).  Parece-me que estamos vivendo nos dias do profeta Miquéias onde “os sacerdotes ensinam por interesse, e os profetas advinham por dinheiro” (Mq 3.11).
Muitos líderes desengavetaram as empoeiradas indulgências da Idade Média e a sua habilidade em explorar as pessoas é tão grande que João Tetzel, pregador de indulgências na Idade Média, fica parecendo um amador nesse terrível comércio sagrado. 
Os falsos mestres estão interessados nos bens das pessoas, e não na salvação delas. O estado de suas almas não os preocupa, eles são exploradores do rebanho, obreiros fraudulentos e cobiçosos de torpe ganância. Eles não amam a Deus e nem as pessoas, mas sim o dinheiro. Muitas vezes, o templo se transforma em esconderijo de ladrões.
Os amuletos evangélicos, “consagrados”, é claro, tem se constituído numa boa fonte de lucro. As pessoas não são vistas como ovelhas que devem ser pastoreadas, mas em consumidores que devem ser explorados. Não nos deixemos enganar. Essa infame atitude advém de um espírito maligno, pois como dizia João Calvino: “Todos quantos têm como seu ambicioso alvo a aquisição de riquezas se entregam ao cativeiro do diabo” [...] Aqueles que se aferram à aquisição de dinheiro, e que usam a piedade para granjearem lucros, tornam-se culpados de sacrilégio”.[1]
Em muitos lugares o dízimo tornou-se um instrumento de extorsão. Uma moeda de troca. Ao invés de um princípio de gratidão a Deus. Os que usam o dízimo como moeda de troca veem como um grande negócio investir no banco JC! Nesse banco você investe 10% do seu dinheiro e você fica credor do Altíssimo, e esse fica como devedor do homem, ficando obrigado a devolver de forma abundante tudo que ele investiu, por isso, pensam eles, Deus tem que me abençoar com um carro do ano, uma mansão com piscina, quadra de esportes e salão de jogos e todo o conforto que o dinheiro pode comprar.
Assim o evangelho é universal...mente corrompido. As pessoas são universal...mente enganadas e o nome de Deus é universal...mente blasfemado. Alguém já disse bem: a medida do ter nunca se enche. “Tal é a sorte de todo ganancioso; e este espírito de ganância tira a vida de quem o possui” (Pv 1.19).
Lembremos das palavras de Paulo ao amado Timóteo:
“Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele. Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes. Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores” (1Tm 6.7-10). A vida não é cara, mas a ganância cobra um alto preço!
Rikison Moura, V. D. M.
   






[1] Herminsten Costa, Calvino de A a Z, p.247.

Um comentário:

  1. Infelizmente essa é uma triste realidade que tem promovido muito escândalo na obra de Deus. Que Deus nos livre desses que usam o ministério apenas visando o lucro e que Ele nos conceda líderes que amem as pessoas mais do que as coisas!
    Daniele Lima.

    ResponderExcluir