quinta-feira, 3 de julho de 2014

PALAVRAS DE PLÁSTICO (2 Pedro 2.1-3)

O Senhor Jesus Cristo disse que o diabo é o pai da mentira (João 8.44). Ele sempre cria um simulacro daquilo que é verdadeiro (2Co 11.13-15). Ele cria falsos mestres, falsos crentes, falso evangelho, falsa justiça e um dia apresentará ao mundo um falso cristo. A igreja de Jesus sempre foi alvo das investidas de Satanás, os seus expedientes e suas estratégias são as mais variadas. Ele pode perturbar a igreja mediante a perseguição, a distração e a infiltração. E eu estou plenamente convencido que a infiltração é a pior e o mais danoso empreendimento do Inimigo.  Ele pode apresentar-se como leão que ruge, mas também como serpente enganadora ou como um anjo reluzente. Precisamos estar atentos para denunciar e desmascarar aqueles que labutam através do espírito do anticristo.
O que tem me assustado é ver que os falsos mestres de nossos dias não têm sido confrontados com a devida força e energia necessárias. As criticas que lançamos, muitas vezes, são superficiais e desinteressadas e por isso não alcançam o seu real objetivo que é dissipar o engano e esclarecer as pessoas. Temos cultivado uma mentalidade de que se a heresia não é na denominação que congregamos, então, não é comigo, não me interessa, não me importo. Assim revelamos quão limitada é a nossa visão. E quão pequeno é o nosso compromisso com a verdade, uma vez que, ao fazermos isso estamos entregando os homens a sua própria sorte, limitando o nosso próprio ministério aos quatro cantos de nossa denominação. Vivemos presos dentro de nossas quatro paredes, num mundinho particular de sonhos piedosos e fantasias utópicas. Enquanto lá fora o Inimigo de nossas almas recruta seus falsos ministros a fim de difundirem ainda mais a sua falsa doutrina. Todos os servos de Deus precisam ter em mente que a falsa doutrina não é um assunto secundário ou sem importância. Nenhum caminho para o inferno já esteve tão povoado como o caminho da falsa doutrina. Como servos do Deus da verdade devemos clamar contra o erro seja onde for. Se o mundo não ouvir a verdade dos lábios dos ministros de Cristo onde ouvirão?. Paulo escrevendo a Timóteo declarou que a igreja do Deus vivo é coluna e baluarte da verdade (1Tm 3.15). O reformador João Calvino, dizia que: “Um bom pastor deve estar sempre alerta para que seu silêncio não propicie a invasão de doutrinas ímpias e danosas, e ainda propicie aos perversos uma irrefreada oportunidade de difundi-las”.[1] O mesmo Calvino dizia que o pastor necessita de duas vozes: uma para ajuntar as ovelhas, e outra para espantar os lobos ladrões (...) asseverar a verdade é apenas uma parte do trabalho de ensinar... todas as falácias do diabo também precisam ser dissipadas.[2] Não podemos simplesmente pregar a verdade, temos que atacar frontalmente o erro. Seja ele disfarçado ou declarado. Seja em nossas próprias denominações ou em qualquer outro lugar. Não devemos podar as ervas daninhas, ervas daninhas não se podam, e sim, arranca-se!
Talvez não tenha existido na História uma explosão tão grande de falso ensino como nos nossos dias. Há lobos no arraial! Há lobos nos seminários, na TV, internet, no rádio e nos púlpitos. Homens dissimulados que se infiltram em comunidades cristãs propagando heresias destruidoras. O apóstolo Pedro diz que os falsos mestres usavam “palavras fictícias”. O termo grego é plastos, de onde vem a nossa palavra plástico. Palavras de plástico! È isso que os falsos mestres proclamam. Eles tentam moldar a verdade bíblica a seu bel prazer forçando a Bíblia a dizer aquilo que ela não diz. Fazendo promessas em nome de Deus, quando na verdade Deus nada prometeu. Eles fazem verdadeiros malabarismos com a Bíblia impondo ao texto bíblico as suas próprias ideias e fantasias. Satanás e seus ministros usam a Bíblia não para esclarecer, mas para enganar (Mt 4.5,6). Como Satanás fez com os nossos primeiros pais no Jardim do Éden, os falsos mestres lançam dúvidas sobre a Palavra de Deus. Eles distorcem conscientemente a Palavra de Deus e tentam promover um falso evangelho que é totalmente diferente daquele que nos foi ensinado por Cristo e seus santos apóstolos e exatamente por isso eles são malditos (Gl 1.8). Estejam atentos. Provem os espíritos para ver se eles procedem de Deus (1Jo 4.1). Não se enganem. Nem todo aquele que fala em nome de Deus pertence a Ele (Mt 7.21-23). A lei e ao testemunho! Se eles não falarem dessa maneira jamais verão a alva (Is 8.20). Se não falarem de acordo com a Palavra de Deus devem ser rejeitados. Palavras de plástico podem parecer atraentes, mas não são de valor algum. Somente a Palavra do Senhor é pura. Ele é escudo para os que nele confiam (Pv 30.5). Palavras de plástico não é Palavra de Deus. Palavras de plástico são enganosas, palavras de plástico não podem promover o bem espiritual das pessoas, palavras de plástico cegam, escravizam, adoecem e matam.  Essas são as palavras dos falsos mestres. Tenhamos sempre em mente as palavras do nosso amado Salvador que disse: “Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores” (Mt 7.15).
Rikison Moura, V. D. M





[1] Hermisten Costa, Calvino de A a Z, p.185.
[2] Steven Lawson, A Arte Expositiva de João Calvino, p. 104.

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