“Papai, o
que é Páscoa?”
Luis Fernando Veríssimo.
Filho: Papai, o que
é Páscoa? Pergunta o filho.
Pai: Ora, Páscoa é... Bem... É uma festa religiosa! Respondeu o pai.
Filho: Igual ao Natal? – É parecido. Só que no
Natal comemora-se o nascimento de Jesus e na Páscoa, se não me engano,
comemora-se a sua ressurreição. – Ressurreição
e o que é ressurreição?
Pai: Marta vem cá! Explica ao garoto o que é ressurreição, para eu
poder ler o meu jornal em paz.
Mãe: Bom meu filho, ressurreição é tornar a viver após ter morrido. Foi
o que aconteceu com Jesus: três dias depois de ter sido crucificado, ele
ressuscitou e subiu aos céus. Entendeu?
Filho: Mamãe, Jesus
era um coelho? – Que é isso, menino? Não me fale uma bobagem dessas! Um Coelho?! Jesus
Cristo é o Papai do Céu! Ora... Nem parece que esse menino foi batizado!
Mãe: Jorge, esse menino não pode crescer desse jeito, sem ir no culto pelo menos aos domingos. Até parece que não lhe demos uma educação
cristã! Já pensou se ele solta uma besteira dessas na escola? Deus me perdoe!
Amanhã mesmo vou matricular esse moleque na escola dominical!
Filho: Mamãe, mas o Papai do Céu não é Deus? – É filho, Jesus e Deus são a mesma coisa. É a
Trindade: Deus é Pai, Filho e Espírito Santo. Você vai estudar isso na escola dominical.
Filho: Ah... E o Espírito Santo também é Deus? – É sim filho. – E Minas Gerais também é Deus?
Filho: É por isso que a Ilha da Trindade fica
perto do Espírito Santo? – Não filhinho... Não é o Estado do Espírito Santo
que compõe a Trindade, é o Espírito Santo de Deus. É um negócio meio
complicado, nem a mamãe entende disso direito. Mas, se você perguntar a
professora, na escola dominical, ela explica tudinho!
Filho: Bom, se Jesus não é um coelho, quem é o
Coelho da Páscoa? – Eu sei lá! É uma tradição. É igual a Papai Noel, só que
ao invés de presente ele traz ovinhos.
Filho: Coelho bota ovo? – Chega!!! Deixa eu ir
fazer o almoço que eu ganho mais!
Filho: Papai, não era melhor que fosse a Galinha da
Páscoa? – Era... Era melhor sim...
Filho: Papai, Jesus nasceu no dia 25 de dezembro,
né? – É...
Filho: Que dia da
semana ele morreu? – Ah, isso eu sei: na Sexta-feira Santa.
Filho: E em que ano? – (???). Sabe que
eu nunca pensei nisso? Eu só aprendi que ele morreu na Sexta-feira Santa e
ressuscitou três dias depois, no Sábado de Aleluia.
Filho: Um dia depois, num foi não?! – Não, foram
três dias depois. –
Filho: Então morreu na quarta-feira. – Não,
morreu na Sexta-feira Santa... Ou terá sido na Quarta-feira de Cinzas? Ah,
garoto, vê se não me confunde! Morreu na sexta mesmo e ressuscitou no sábado,
três dias depois!
Filho: Como, não entendi? Ah meu filho, pergunte
à sua professora da escola dominical!
Filho: Papai, por que amarraram um monte de
bonecos de pano lá na rua? – É que hoje é Sábado de Aleluia, e o pessoal
vai fazer a malhação do Judas, o apóstolo que traiu Jesus.
Filho: O Judas traiu Jesus num sábado? – Claro
que não! Se Jesus morreu na sexta!!! –
Filho: Então por que eles não malham o Judas no
dia certo? – Ora, sei lá...!
Filho: Papai, qual era o sobrenome de Jesus? –
Cristo. Jesus Cristo. – Só isso?
– Que eu saiba sim, por quê?
Filho: Num sei não, mas tenho um palpite de que o
nome d’Ele era Jesus Cristo Coelho. Só
assim esse negócio de Coelho da Páscoa fazia sentido, não acha?
“Ah coitada! – Coitada de quem?
– Coitada da sua professora da escola dominical!...”
Texto: “Papai, o que é Páscoa?”
De: Luis Fernando Veríssimo
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Esse texto nos faz pensar sobre a maneira de como educamos os nossos
filhos e de como tratamos as coisas sagradas. Confundimos os nossos filhos com
figuras mitológicas e lendárias, como Papai
Noel, Coelhinho da Páscoa, Lobisomem, Mula-sem-cabeça e Saci Pererê, com verdades bíblicas.
Os nossos filhos, no Natal, na Quaresma e na
Páscoa, dão muito mais valor ao Papai Noel, ao Lobisomem e ao Coelhinho da
Páscoa do que ao nascimento, morte e
ressurreição de Jesus.
·
Os nossos filhos precisam aprender a conhecer melhor a Bíblia e o
significado de cada acontecimento. Eles precisam aprender a distinguir entre o que é bíblico e o que é mito, entre o que diz a Palavra de Deus e o que diz a
lenda, entre o que é certo e o que é
errado, entre o que é verdade e o
que é mentira.
·
Eles precisam saber que os três acontecimentos referidos acima formam um
conjunto: no Natal celebramos o
nascimento de Jesus; na Quaresma nos
preparamos para celebrar a redenção da humanidade perdida através da morte de
Cristo cruz; na Páscoa proclamamos
esta redenção, quando Cristo venceu o pecado, a morte e o diabo. Jesus Cristo
sofreu e morreu em nosso lugar, para que todo o que n’Ele crê não pereça no fogo do inferno, mas tenha a vida eterna. (João 3.16)
·
A ressurreição de Cristo prova de que nós também ressuscitamos; somos,
portanto, as pessoas mais felizes do mundo, podendo dizer com o apóstolo Paulo:
“... Tragada foi a morte pela vitória.
Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? O aguilhão
da morte é o pecado e a força do pecado é a lei. Graças a Deus que nos dá a
vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Coríntios 15.54b-57).
·
Lembremos isso aos nossos filhos no seu dia-a-dia, para que, em vez de
acreditar em Papai Noel, Coelhinho da Páscoa, Lobisomem, Mula-sem-cabeça e Saci Pererê, acreditem mais no poder, no amor e na
graça de Deus: que criou o mundo, o
preserva, administra, controla e nos salva de todos os pecados.
·
Tudo o que Ele espera de nós é que creiamos n’Ele, confiemos no seu
perdão e andemos segundo os seus caminhos.
Copilado e adaptado (Com
palavra final) por Rev. Daniel de
Barros – Abril/2014.
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