quinta-feira, 3 de abril de 2014

CONFORMADO OU TRANSFORMADO?

E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. (Rm 12.2).


Certo pastor iniciou uma série de sermões em sua igreja acerca do pecado. Ao fim da série de mensagens, uma mulher, membro daquela igreja, chegou para o pastor e falou: “Não sei por que razão o senhor fez essa série de sermões sobre o pecado aqui na igreja, afinal de contas, o pecado na vida dos crentes é diferente do pecado na vida dos incrédulos”. Ao que o pastor sabiamente respondeu: “Tem razão, é muito pior!”.


Quando nos conformamos com o mundo à atitude dessa mulher descrita acima, torna-se inevitável. A conformidade com o mundo faz com que aquilo que antes era ofensivo agora já não nos incomode mais. Quando a nossa mente é controlada pelo sistema que é inimigo de Deus e anticristo, começamos a tratar as coisas santas com leviandade. Quando isso ocorre o pecado é tratado com superficialidade e o mal não é confrontado. Tornamo-nos profissionais do púlpito, crentes nominais. Sem vida, sem santidade, sem fervor. Quando a nossa mente é infectada pelo mundanismo nós nos acostumamos com o sagrado e tentamos erroneamente fazer um concubinato profano, vivendo uma espiritualidade dualística, tentando ao mesmo tempo viver no pecado e agradar a Deus, esquecendo-nos do que diz a Escritura: “...mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto, para que não vos ouça” (Is 59.2). E ainda: “Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus” (Tg 4.4). Essa é a consequência inevitável da conformidade com o mundo. O pecado separa a pessoa de Deus. O pecado é sempre uma barreira para a comunhão com Deus.

Impressiona-me o número de pessoas que tentam moldar a verdade bíblica para que ela se torne aceitável a mentalidade mundana. Promovendo um evangelho light e uma igreja amigável a fim de não ferir a consciência dos incrédulos. A visão de marketing invadiu a igreja. E qual o objetivo de todo marketing? É deixar os clientes satisfeitos, e tudo que não deixa os clientes satisfeitos, segundo a visão do marketing, precisa ser lançado fora. A mentalidade de que precisamos crescer a qualquer custo nos atingiu como uma tempestade súbita. A visão de que os fins justificam os meios têm matado os seus milhares. Muitos estão mais interessados nos resultados do que na verdade. O que importa para muitas pessoas não é a verdade, mas sim o que funciona. O objetivo de muitos líderes evangélicos brasileiros é agradar a clientela. Os sermões são sempre otimistas, motivacionais e acima de tudo, curtos. E assim a verdade é tripudiada até mesmo por aqueles que dizem serem os seus legítimos defensores. É como se dissessem aos ímpios: “Vocês não precisam fugir da igreja, venham para cá. Não somos diferentes de vocês. Aqui tem dança, palestra motivacional, música eletrizante e entretenimento”. O grande pregador Batista do século 19, Charles Spurgeon, já em seus dias denunciara essa tendência:

O fato é que muitos gostariam de unir igreja e palco, baralho e oração, dança e ordenanças. Se nos encontrarmos incapazes de frear essa enxurrada, podemos, ao menos, prevenir os homens quanto á sua existência e suplicar que fujam dela. Quando a antiga fé desaparece e o entusiasmo pelo evangelho é extinto, não é surpresa que as pessoas busquem outras coisas que lhes tragam satisfação. Na falta de pão, se alimentam com cinzas; rejeitando o caminho do Senhor, seguem avidamente pelo caminho da tolice”.

A Escritura nos adverte a não amarmos o mundo (1Jo 2.15), a não sermos amigos do mundo (Tg 4.4) e a não nos conformarmos com o mundo (Rm 12.2). O cristão não deve conformar-se com o mundo porque ele é transitório. Os valores do mundo são distorcidos e muda todo dia. O errado ontem é certo hoje. O que ontem era repudiado hoje é aplaudido. O que era vergonhoso ontem hoje é praticado a luz do dia. Nós, todavia, devemos seguir a Cristo Jesus, um modelo absoluto, que não muda e nem fica obsoleto.

Conformação ou transformação? Não há meio termo. Não há campo neutro. O mundo quer a nossa conformação, mas Deus quer que sejamos “sacerdócio santo” e “nação santa” para que possamos proclamar suas virtudes e glorificar o seu nome (1Pe 2.5,9). Devemos ser conformados à imagem de Cristo, e não a uma mentalidade mundana (Rm 8.29). Lembrem-se: a igreja deve atrair pela diferença e não pela igualdade.


Escrito por: Ir. Rikison Moura

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