“Ai deles! Porque prosseguiram pelo caminho de Caim, e, movidos de ganância, se precipitaram no erro de Balaão, e pereceram na revolta de Corá” (Jd 11).
Ao declarar o juízo de Deus contra os apóstatas que estavam perturbando as comunidades cristãs, Judas seguiu o exemplo dos profetas (Is 5.8-23) e de Cristo (Mt 23.13, 15-16, 23, 25,27, 29) iniciando com um ai. Judas volta-se a passagens do Antigo Testamento para buscar ilustrações que de certa forma viesse a caracterizar os falsos mestres do seu tempo. Esses homens são: Caim, Balaão e Corá.
Ai daqueles que andam pelo mesmo caminho trilhado por Caim. Caim tipifica o homem que não tem nenhum cuidado com o seu irmão; tipifica o homem cínico, destituído de fé e amor. O caminho de Caim é o caminho do orgulho do homem, é o caminho da religião sem fé; é o caminho baseado na justiça própria e nas boas obras; Caim simboliza a traição, inveja, ódio, orgulho e concupiscência. Caim tipifica aqueles que oferecem um culto hipócrita, indigno de Deus; Caim tipifica o homem que apresenta-se a Deus com o coração entupido de ódio. È aquele homem que mesmo se mostrando religioso não é capaz de agradar o Senhor, pois Deus não está interessado na exterioridade da religião, mas Ele busca um coração puro, sincero e obediente como o de Abel. Caim ofereceu um culto ao Senhor, tendo o coração cheio de ódio e inveja (1Jo 3.12), Deus rejeitou a oferta de Caim porque primeiro rejeitou o próprio Caim, pois antes de olhar para as nossas ofertas, Deus sonda os nossos corações. "Porque o Senhor não vê como vê o homem. Pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração" (1Sm 16.7).
Ai daqueles que caem no mesmo erro de Balaão. Balaão tipifica o homem que comercializa dons e ministérios, é aquele que transforma o sagrado em fonte de lucro, é o uso do espiritual para obter o material. Balaão tipifica aqueles que roubam do teu bolso em nome da fé. Que usam a religião com "intuitos gananciosos" (1Ts 2.5).