domingo, 26 de agosto de 2018

DE QUE MANEIRA É QUE A MORTE DO CORPO PODE BENEFICIAR O CRENTE?


Por Geerhardus Vos 1

A morte do corpo é benefício para o crente porque transporta-o desse ambiente de pecado e miséria para um ambiente perfeito de paz e descanso celestiais. O crente, inda que justificado, adotado e em processo de santificação jamais poderá ser plenamente feliz e abençoado neste mundo por causa da onipresença do pecado e do sofrimento em toda parte, e em seu próprio coração. A morte arranca o crente desse vale de lágrimas e põe-no imediatamente na glória celestial na presença de Cristo.


1VOS Geerhardus, Catecismo Maior de Westminster Comentado, Os Puritanos, p. 246

sexta-feira, 27 de julho de 2018

POR QUE EXISTE HOJE TÃO POUCO ARREPENDIMENTO VERDADEIRO?

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Por. Johannes Geerhardus Vos

Várias podem ser as razões para tal condição, mas, certamente, uma das principais razões é que nos anos recentes tem havido relativamente pouca pregação sobre a lei de Deus, a santidade de Deus e sobre a ira de Deus contra o pecado do ser humano. Em vez de enfatizar esses temas o protestantismo moderno transviou a sua ênfase e proclama um Deus que nada mais é senão amor, representado como um coração sensível demais para castigar alguém para sempre. O pecado é apresentado como um mal, mas não grande o suficiente para alienar o homem de Deus e o colocar debaixo da Sua ira e maldição. Não é de se admirar que esse desvio de ênfase, e essas corrupções da verdade, resultaram na presente condição.
A ênfase moderna e desequilibrada no amor de Deus tem produzido uma atitude de complacência e de justiça própria no protestantismo moderno. A Bíblia ensina que Cristo veio para chamar, não os justos, mas os pecadores ao arrependimento. Aqueles que se consideram justos não sentirão a necessidade de se arrependerem, é claro. Somente pelo retorno geral a toda a verdade sobre Deus e a Sua lei pode assentar a base para um avivamento real da fé e da experiência cristãs.


1VOS, Geerhardus. Catecismo Maior de Westminster Comentado, p. 218

quarta-feira, 21 de março de 2018

QUAL O EFEITO DO PECADO DA INVEJA NO INVEJOSO?


Por
Geerhardus Vos [1]
Esse pecado, além de ser uma grave ofensa à lei de Deus, tem, inevitavelmente, um efeito destrutivo espiritual e psicológico nos que são culpados dele. O invejoso é vítima do seu próprio pecado e a sua personalidade é corroída pela inveja até que ele se torne alguém amargo ou irritável. Quem assim suspeita de tudo, é ressentido, ofende com facilidade, é de difícil trato e um “problema” para seus amigos e associados. A Escritura denomina a inveja de “a podridão dos ossos” (Pv 14.30). Quem tolera esse pecado na própria vida está brincando com um ácido que, se não identificado, corroerá a sua personalidade até que seja destruída a sua disposição e, totalmente dominada pela inveja. Somente a ação onipotente de Deus pode salvar alguém de um estado de tão lamentável escravidão espiritual.



[1] Catecismo Maior de Westminster comentado, São Paulo: Os Puritanos, 2007, p.414

sábado, 24 de fevereiro de 2018

O QUE NOS ENSINA AS ORAÇÕES IMPRECATÓRIAS?

Vemos orações imprecatórias em diversas partes da Escritura, tanto no Antigo como no Novo Testamento. Vemos por exemplo, o apóstolo Paulo escrevendo duramente contra os falsos mestres da circuncisão: “Tomara até se mutilassem os que vos incitam à rebeldia” (Gl 5.12).
E na mesma carta, o apóstolo escreve: “Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema” (Gl 1.8). Ninguém duvida que o apóstolo Paulo escrevia sob a inspiração do Santo Espírito de Deus, e sob a inspiração divina dirige palavras duras contra os inimigos da verdade.
Interessante observarmos que as orações imprecatórias brotaram dos lábios de cristãos que estavam vivendo em períodos de injustiça, perseguição de líderes perversos ou assédio de falsos mestres.
A seguir listo algumas verdades ensinadas pelas orações imprecatórias:

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

A AUTODEFESA CONTRA A VIOLÊNCIA ILEGAL [1]

Por
Johannes Geerhardus Vos

A autodefesa contra a violência ilegal é sempre legítima. É mais do que legítima: é uma obrigação moral. A nossa vida não é nossa, mas pertence a Deus e por isso como despenseiros das propriedades de Deus temos a obrigação de preservar a nossa própria vida, e a dos outros, da destruição pela violência criminosa. O princípio de que a autodefesa é legítima é geralmente sustentado pelo Direito Civil das nações. Alegar que a “regra de ouro”, ou que a obrigação de amar nosso próximo, significa que seja errado matar como esforço de autodefesa é empurrar o amor ao próximo para um extremo absurdo e fanático. A Escritura ordena que se ame o próximo como a si mesmo, isto é, o amor ao próximo deve estar em equilíbrio com o amor apropriado a si mesmo. Quem se deixar matar por um criminoso, sem tentar se defender, ama demais o seu próximo e não ama a si mesmo o suficiente.



[1] VOS, Geerhardus. Catecismo Maior de Westminster Comentado, São Paulo: Os Puritanos, 2007, p.426